Cássio Vasconcellos

2019 – Nous les Arbres

Cassio Vasconcellos Fotografia Fine Art Nous Les Arbres Expo 01

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Cassio Vasconcellos Fotografia Fine Art Nous Les Arbres Expo 01
Cassio Vasconcellos Fotografia Fine Art Nous Les Arbres Expo 01

Sobre Nous les Arbres

Ao reunir uma comunidade de artistas, botânicos e filósofos, a Fondation Cartier pour l’art contemporain destaca as mais recentes pesquisas científicas que trouxeram um novo olhar sobre o universo das árvores.

A exposição Nous les Arbres é organizada em torno de um conjunto significativo de obras e apresenta a voz daqueles que criaram, através de sua trajetória estética ou científica, um forte e íntimo vínculo com as árvores. A exposição coloca em cena a beleza e a riqueza biológica destas notáveis protagonistas do mundo vivo, hoje extremamente ameaçadas.

Durante muito tempo subvalorizadas pela biologia, as árvores – e o reino vegetal como um todo – têm sido, nas últimas décadas, objeto de descobertas científicas que trouxeram novas perspectivas sobre os mais antigos membros da comunidade dos seres vivos*. Capacidades sensoriais, habilidade de comunicação, desenvolvimento de memória, simbiose com outras espécies e influência climática: a revelação destas qualidades reforça a hipótese fascinante de uma “inteligência vegetal” que pode fornecer respostas a muitos dos desafios ambientais atuais. Em sintonia com essa “revolução vegetal”, a exposição Nous les Arbres apresenta as reflexões de artistas e de pesquisadores, ampliando assim a abordagem das questões ecológicas e da relação do ser humano com a natureza, recorrente na programação da Fondation Cartier, como foi o caso recentemente de Le Grand Orchestre des Animaux (2016).

* Enquanto as árvores estão entre os organismos vivos mais antigos do planeta – a primeira floresta fóssil conhecida data de 385 milhões de anos – e o mundo vegetal representa 82,5% da biomassa, o ser humano não chega a ter 300 mil anos, representando apenas 0,01% desta massa orgânica.
Marcado por uma compilação de desenhos, pinturas, fotografias, filmes e instalações de artistas da América Latina, da Europa, dos Estados Unidos e também do Irã, além de comunidades indígenas como os Nivaklé e Guarani do Gran Chaco, no Paraguai, e também dos Yanomami, que vivem no coração da floresta amazônica, o percurso da exposição desenvolve três linhas narrativas: o conhecimento das árvores – da botânica à nova biologia vegetal – ; sua estética – da contemplação naturalista à transposição onírica – ; sua devastação – da evidência documental ao testemunho artístico.
Orquestrado pelo antropólogo Bruce Albert, que acompanha a curiosidade da Fondation Cartier desde a exposição Yanomami, l’esprit de la forêt (2003), o projeto é articulado em torno de personalidades – intelectuais, científicas ou estéticas – que desenvolveram uma relação singular com as árvores. Assim, o botânico Stefano Mancuso, pioneiro da neurobiologia vegetal e defensor da noção de inteligência das plantas, cria em parceria com Thijs Biersteker uma instalação que “dá voz” às arvores. Graças a uma série de sensores, as reações destas ao meio ambiente ou à poluição, o fenômeno da fotossíntese, a comunicação radicular ou a ideia de uma memória vegetal que torna visível o invisível, são revelados. Juntamente com essas grandes figuras que compõem a exposição, o botânico-viajante Francis Hallé, cujos cadernos contém o deslumbramento do desenhista diante das árvores e a precisão do conhecimento íntimo do universo vegetal, testemunha o encontro entre a ciência e o sensível.

Devolvendo à árvore o lugar que o antropocentrismo lhe tomou, Nous les Arbres reúne os testemunhos, artísticos ou científicos, daqueles que possuem sobre o reino vegetal um olhar de admiração e que nos revelam, como na fórmula do filósofo Emanuele Coccia, que “não há nada puramente humano, o reino vegetal está em tudo o que é humano, a árvore está na origem de toda e qualquer experiência”.

2019 | “Nous les Arbres “, Fondation Cartier pour l’art contemporain, Paris, France.
Curadoria:Bruce Albert, Hervé Chandès, Isabelle Gaudefroy
Curadoras associadas: Hélène Kelmachter, Marie Perennes
Coordenadora de projeto: Juliette Lecorne

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